Cá estamos nós!

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Uma História por Semana continua...
Desta vez recolhemos um conto tradicional  do Japão


O MENINO QUE DESENHAVA GATOS

Há muito tempo atrás, numa pequena fazenda do Japão antigo, vivia uma pobre família de agricultores que passava o dia inteiro a trabalhar arduamente nos campos. O casal tinha cinco filhos, mas o menino mais novo tinha um físico pequeno e a saúde frágil, o seu nome era Kenji. 


Kenji por mais que tentasse não conseguia ajudar os pais e os irmãos por muito tempo no trabalho, logo se sentia sem fôlego e exausto. Então, passava muito tempo sentado sozinho na varanda da velha casa, observando os campos e desenhando. Kenji era talentoso e desenhava tudo, mas o que ele mais gostava era retratar os seus pequenos companheiros, os gatos. 


Os pais, preocupados com o futuro do menino, decidiram levá-lo para um templo na esperança de que pudesse tornar-se aprendiz. Chegando lá, Kenji foi calorosamente acolhido pelo monge que ficou admirado com a sua inteligência. 
O jovem, bastante dedicado, aprendia rapidamente os ensinamentos e cumpria com todas as suas tarefas. Mas, sempre que tinha oportunidade, divertia-se a desenhar gatos, até mesmo durante as horas de estudo, desenhava nas margens dos livros. E nas paredes, nas colunas. Apesar das diversas e repetidas repreensões, o tutor adorava a arte de Kenji. 

 


Um dia, após ter desenhado muitos gatos num papel, o monge aproximou-se e entregou a Kenji uma caixa que continha o mais encantador conjunto de pincéis e tintas que o menino poderia imaginar. Então, disse-lhe severamente: Meu menino, deves ir embora deste templo imediatamente. Nunca serás um bom sacerdote, mas talvez te tornes um grande artista. 
Kenji despediu-se então de todos e partiu, enquanto se distanciava do templo começou a pensar para onde deveria ir. Se fosse direto para casa, tinha certeza de que decepcionaria a sua família e o pai o iria punir por ter sido desobediente. Com medo de voltar para casa, lembrou-se que ali próximo havia um outro templo muito grande e imponente, onde novamente poderia pedir para que cuidassem dele como aprendiz. 

Depois de uma longa e cansativa caminhada, ao anoitecer, Kenji finalmente chegou ao seu destino. Subiu a escadaria do templo e bateu na porta. Sem resposta, empurrou-a suavemente e entrou, estava tudo escuro. 
O jovem desconhecia que ninguém ousava aproximar-se desse templo, que há muito tempo tinha sido ocupado por um terrível duende forma de rato. Alguns valentes guerreiros tentaram matar o monstro, mas nunca mais foram vistos. 
O templo estava decadente, coberto de pó e teias de aranha. Como já estava escuro, tudo o que Kenji podia fazer era esperar que os sacerdotes voltassem. Entrou num salão onde viu uma pequena vela acesa, e ficou fascinado com a quantidade de painéis vazios de papel de arroz na grande sala. Kenji pensou: “Vou decorar essas telas enquanto espero pelos sacerdotes, assim verão quanto sou honrado!” E apressadamente pegou no seu conjunto de pincéis e começou a trabalhar. O menino passou horas enchendo os enormes quadros com gatos majestosos e graciosos. O último gato que Kenji pintou, foi o maior e mais bonito que já havia desenhado. 


Kenji pintou um grande número de gatos sobre as telas e ficou cansado e sonolento. Resolveu procurar um lugar para dormir. Encontrou um velho armário, entrou e fechou-se e adormeceu logo. 
E... 

" O menino que desenhava gatos encontrou um velho armário, entrou e adormeceu logo. E depois Kenji ouviu um barulho e saiu do armário rapidamente foi ter com as suas pinturas e viu a sombra de um rato e era mesmo um rato. 
Era o duende que morava naquele templo e o menino muito assustado pegou num dos pincéis que o sacerdote lhe deu e passou numa das suas tintas e passou no gato grande e o gato ganhou vida.
O menino muito feliz disse:
-Uau! Vou chamar-te Micas.
E o Micas foi a correr atrás do rato duende e comeu-o.
Micas e Kenji viajaram pelo mundo todo juntos e viveram felizes para sempre, pintando."


Beatriz Coelho, 3.ºB; EB Casal da Serra

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